A biocapacitação: absorvendo conteúdos de acordo com suas capacidades físicas e mentais
Dicas bem práticas de como organizar a enxurrada de conteúdo que temos recebido.
Como bom virginiano, sou um pragmático contumaz. Por isso, quero compartilhar aqui algo que pode ser útil para qualquer um. Não acredito em modelos prontos que funcionem para todo mundo. Acho legal conhecer como as pessoas se organizam, pois sempre aproveito algo e adapto a minha rotina.
Abundância de informação é ótimo.Isso não é problema. Problema é a FALTA de informação. Nunca se esqueça disso! No entanto, você pode se estressar com a overdose de informação. Sabe por que isso acontece? Porque você não organiza esse fluxo de informação. E também porque você não cria uma agenda produtiva e construtiva de absorção desse conteúdo. Meu foco aqui é na questão profissional.
Primeiro. O que quero saber. Faço uma lista de palavras-chave/tags de assuntos que preciso acompanhar. Exemplo no meu caso: democracia digital, inovação, gestão, política, novas tecnologias, mídias digitais, etc.
Segundo. Selecionar conteúdos em diferentes formatos: Hoje em dia, existem vários formatos de conteúdo disponível na web. Isso é ótimo porque você amplia sua capacidade mental de absorver e processar informação. Tento dividir meu tempo com os principais: podcast, vídeo, artigo, livro e live (este último a grande febre da quarentena!).
Faço isso de acordo com as necessidades do meu corpo e mente. É uma forma de biocapacitação. Tenho 45 anos e sei que preciso respeitar meu corpo para poder render o máximo de maneira sustentável.
Então, vamos lá. Estou SEMPRE lendo pelo menos um livro, às vezes dois ao mesmo tempo. Mas marco um número mínimo de páginas a serem lidas por dia, uma espécie de meta a ser alcançada para manter o ritmo. Pode ser tempo reservado para isso, também. Por exemplo, 30 min/1 hora por dia para aquele livro.
Tenho uma lista de livros bem selecionados de acordo com a importância estratégica daquele conteúdo que preciso absorver. Namoro bem um livro antes de começar a lê-lo, pois se começo, vou terminar. Odeio deixar missões inacabadas. Assim, vejo recomendações, leio comentários sobre o livro, até me convencer que merece entrar na minha lista vip de leituras.
Por um tempo parei de ler livros, só focando em artigos. Grande erro. Precisamos de leituras mais densas para alguns assuntos. Daí retomei a leitura de livros. E os benefícios foram tremendos, até para o cérebro que já estava ficando preguiçoso.
Em momentos de descontração, gasto um tempo selecionando podcasts e vídeos do YouTube sobre os assuntos do meu interesse. Já tenho alguns canais em que estou inscrito e recebo as notificações. Dessas notificações, separo o joio do trigo e deixo guardado numa playlist “assistir mais tarde”.
Gosto de assistir esses vídeos, quando estou fazendo coisas de casa que não precisam pensar muito, tipo aparar a barba, escovar os dentes, cozinhar e arrumar o armário. O podcast serve para o mesmo fim.
Geralmente são debates que gosto de ouvir no carro, ou quando estou fazendo uma corrida ou caminhada com o cachorro. Se há algo que precise anotar, pauso o vídeo ou podcast e faço uma nota no meu Evernote, aplicativo que uso para isso.
O mais difícil de organizar são os artigos. O que faço? Pego muito material bom em redes de WhatsApp, no meu próprio Facebook (de gente que considero curador de conteúdos estratégicos) e em outras redes. Abro no meu navegador, dou uma olhada rápida, decido que vou ler e mando para o Evernote de novo, pois fica ali registrado aquele artigo para ler mais tarde.
Geralmente guardo uma hora do dia, às vezes espalhada durante o dia, para ler esses artigos, normalmente naqueles momentos quando estou mais cansado de ficar no computador. Pego meu celular ou tablet e aborvo esses artigos num momento mais relax na rede, cama ou num sofá bem confortável.
Evito de ficar lendo no computador que, para mim, serve para escrever, fazer outros trabalhos, vídeoconferência, etc. Leitura faço em aparelhos móveis ou no próprio livro impresso mesmo, que não troco por nenhum Kindle da vida quando posso.
E as lives, que são os conteúdos mais selvagens? Bom, isso é um novo aprendizado. No começo, tinha raiva das lives, pois exigem que esteja presente no momento certo, como é o caso das lives do Instagram, bem populares. No entanto, são conteúdos de alto nível com discussões efervescentes de assuntos que preciso me atualizar rápido. Claro, isso depende que você tenha antes selecionado BEM o assunto da live e quem a está fazendo.
Organizo as lives de duas maneiras. Primeiro, se fico sabendo de alguma em especial que queira assistir, já marco na agenda com notificação. Aquilo vai valer como parte da minha rotina profissional.
A outra forma é na hora que estou mais tranquilo, ou fazendo alguma atividade mais manual, entro no meu Instagram ou YouTube e vejo se tem alguém interessante falando de assuntos relevantes. Já peguei excelentes lives assim, acredite. Acho legal deixar uma parte do seu dia para o acaso também.
Por fim, sincronizo toda essa absorção de conteúdo com as entregas que preciso fazer no trabalho. Então, uso essas fontes para escrever artigos acadêmicos, artigos de blog e posts técnicos nas redes sociais. Aprendi recentemente inclusive que cada um desses conteúdos que produzo pode alimentar os outros e vice-versa.
Por exemplo, faço um post técnico no Facebook, que será item de um artigo mais robusto que estou escrevendo no meu blog no Medium. Mais tarde, tudo isso vai compor um livro que paralelamente estou escrevendo. Essa é uma forma de absorver e produzir conteúdo, contribuindo para o fluxo de informações de qualidade.
É isso aí. Ah, Cristiano, e os cursos online, você faz algum? Sim, alguns. E como a gente os encaixa nessa história? Bom, esse é assunto para uma outra blogada. Mas adianto que precisamos criar uma trilha de aprendizagem de acordo com as necessidades de capacitação que temos. Explico isso melhor em outro artigo.
E também nem tive tempo de falar de como organizo séries e filmes de maneira agregadora para os temas que tenho interesse. Também fica para outra oportunidade, pois tenho que voltar para a leitura de artigos, vídeos, livros, etc. Tchau!
PS: Não se esqueça do mais importante. Não importa a quantidade, e sim, a qualidade. Por isso, GASTE UM TEMPO descobrindo os melhores curadores nos conteúdos que te interessam. São aqueles pensadores, especialistas e comunicadores que fazem a diferença. A experiência vai te ensinar a filtrar isso.